quinta-feira, 4 de março de 2010

Trecho do livro "Sharon e minha sogra"

Seria dificil explicar ao funcionario da segurança israelense que sempre tive inveja de meus pais e até mesmo de meus avós, porque viveram em uma época em que morar nas esplendidas cidades daquela região, ou deslocar-se de uma para aoutra, não era tão complicado e não requeria medidas de segurança. Sempre me intrigou ouvir meu pai descrever suas viajens de Jaffa a Beirute, que incluíam um desjejum em um restaurante a beira-mar, em Sindon. Ficava ainda mais intrigada quando minha mãe contava como em 1926, ela, menina de quatro anos, fizera uma visita a família materna, os Abdulhadi, no vilarejo de Arrabeh, na Palestina. A descrição do percurso que haviam feito, de Damasco a Arrabeh (atual parte de Israel), descendo no vale de Uarkmouk ao longo das esplendidas planícies de Marj Ibin' Amer e Sahel Jenin, sempre me encantava. "Primeiro, fomos encontrar os nossos parentes em Nablus e, depois de alguns dias, chegamos a cavalo no vilarejo de Arrabeh", dizia minha mãe. Para ela, o principal elemento de fascinio era representado pelo passeio a cavalo, ao passo que, para mim, o elemento de maior perturbação era que havia se tornado impossível fazer uma viagem do gênero entre Arrabeh e Damasco.

TRECHO DO LIVRE "SHARON E MINHA SOGRA

Um comentário:

  1. as vezes penso o mesmo quando ouço meu pai contar as idas e vindas de meu avô Nasser...Quando ele passava de sua cidade natal Akkar para Beirute.

    Talvez possamos desfrutar disso um dia...quem sabe...o american way of life possivelmente nao deve vencer a nossa cultura milenar

    ResponderExcluir